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Primeiros Bombardeios à zona desmilitarizada na Colômbia

by Frederico 9:27am Thu Feb 21 '02 (Modified on 6:32pm Sat Feb 23 '02)
http://www.midiaindependente.org/front.php3?article_id=18134

O governo colombiano deu início à meia noite de hoje (hora local) aos bombardeios à zona desmilitarizada controlada pelas Farc, sinalizando o fim das negociações de paz e da zona de distensão iniciadas em 1998.

Desde o primeiro minuto de hoje, quinta-feira, aviões da aeronáutica colombiana sobrevoam Caguán, na zona desmilitarizada e bombardeiam 85 locais considerados estratégicos segundo o alto comando do exército colombiano. A "Operação Tanatos", como foi batizada essa operação, dá início ao aumento de um conflito a muito esperado e planejado.

Segundo a cadeia de rádio RCN, nas primeiras três horas da operação militar foram realizadas 200 missões aéreas que partiram da base Tres Esquinas (Caquetá). Nas missões estão sendo utilizados os aviões OV-10 (com visão infravermelha), AT-37, DC-34 (o avião "fantasma"), os tradicionais aviões Kafir e os helicópteros Black Hawk, que foram cedidos a pouco tempo para o governo colombiano pelo governo americano como parte no esforço contra o "narcotráfico".

Aviões da força aérea colombiana realizam vôos de reconhecimento desde da base de Apiai (meta) e alguns habitantes da zona de Caguán afirma terem visto bombas de 250 e 500 libras.

O presidente Pastrana declarou ontem a noite o fim do processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) usando o sequestro do senador Jorge Eduardo Gechem Turbay, da comissão de paz do senado. As Farc negaram a autoria do sequestro. A meia noite aviões começarama aobrevoar Caguán e cerca de 13.000 soldados de diferentes partes do país começaram a se deslocar para a área de distensão.

"Decidi por um fim a zona desmilitarizada a partir da meia noite de hoje e dei todas as ordens as nossas forças armadas para que retornem a zona, tendo um cuidado especial a população civil" disse o presidente em um pronunciamento em cadeia nacional ontem as 21h (23h hora de Brasília). A população civil da zona de distensão não parece tão segura destes cuidados especiais, entidades civis fizeram inúmeros apelos para o governo e orgãos internacionais para que sejam respeitadas todas as garantias e que todos tenham a certeza de não sofrerem retaliações por parte dos paramilitares da AUC (Auto-Defesas Unidas da Colombia). As AUC têm estreita ligação com os militares e com grupos narcotráficantes, e têm um histórico de ataques a população civil que apoia direta ou indiretamente as FARC e o ELN.

As 22h de ontem o governo expediu quatro resoluções que pôem um fim às ferramentas jurídicas que suportavam o processo de paz. São elas:

A meses o governo americano vem dando ajuda militar e material ao exército colombiano na luta contra o narcotráfico, dentro do assim chamado Plano Colômbia. A partir 11 de setembro iniciou-se uma movimento para incluir o "terrorismo" dentro do objetivo inicial do plano Colômbia. Após um intenso bombardeio ideológico promovidos pela mídia e o governo, boa parte da população colombiana já não vê problema algum que o plano Colômbia seja desviado para a luta contra as Farc.

Veja mais sobre a crise que originou o fim do processo de paz em:
www.midiaindependente.org/front.php3?article_id=18104


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