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Estados Unidos e Equador começam a analisar capítulo agrícola do TLC
Segunda, 27 de Março de 2006 | www.radiomundoreal.fm download (MP3 • 1,47MB • 3:13 min)


Os Estados Unidos e o Equador começam nesta segunda-feira em Washington, capital do estado norte-americano, as discussões sobre o capítulo agrícola no marco do Tratado de Livre Comércio (TLC) que os dois países estão negociando.

A equipe negociadora equatoriana, encabeçada por Manuel Chiriboga, espera uma resposta dos Estados Unidos à proposta agrícola apresentada em novembro de 2005. Chiriboga também se desempenha como coordenador da mesa de negociação agrícola.

O negociador equatoriano pediu aos Estados Unidos em novembro que respondesse à proposta agrícola do seu país e alertou que se eles não respondessem, as negociações poderiam se estancar.

No entanto, os Estados Unidos demoraram em responder e, como sempre fazem nas negociações desses tratados, deixou o tema agrícola, tão importante para o Equador e América Latina em geral, para o último momento.

Esta tática permite agora aos Estados Unidos condicionar algumas concessões que já ofereceu ou está disposto a oferecer em outros temas, para a aceitação do Equador das condições que lhe proponha em matéria agrícola.

O meio de comunicação equatoriano El Comercio acrescenta que na proposta agrícola apresentada pelo Equador, a equipe negociadora deste país explicitou os produtos que deseja proteger da abertura comercial, porque incluí-los no tratado teria um impacto negativo no seu setor rural e na questão do emprego.

Entre esses produtos se destacam o arroz, o milho e os lácteos. No entanto, existem produtos agropecuários que estão dentro do que o Equador está disposto a negociar, porque seus negociadores consideram que seriam muito requeridos no mercado norte-americano.

Alguns desses produtos são as frutas tropicais, os derivados lácteos e de cacau, tabaco, entre outros.

De acordo com El Comercio, o estado sul-americano pretende uma quota adicional de exportação para os Estados Unidos de 80.000 toneladas de açúcar.

El Comercio explica que, de acordo às fórmulas realizadas pelos Estados Unidos em outros tratados comerciais, se este país aceita um incremento na quota de exportação de açúcar, então o Equador deverá aceitar o ingresso de glucose de milho norte-americano.

A equipe negociadora equatoriana calcula que as negociações agrícolas poderiam terminar nos primeiros dias de abril. Espera-se que depois das negociações a estrutura de impostos vigente entre os dois países fique totalmente modificada.

Na última semana, setores equatorianos opostos à assinatura de um TLC com os Estados Unidos se mobilizaram contra este tratado, especialmente em Quito, capital equatoriana. O governo do Equador, presidido por Alfredo Palacio, respondeu às manifestações com repressão policial.

Já o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), Luis Macas, está percorrendo várias províncias do país buscando apoio de setores opositores ao TLC.

Conforme o jornal equatoriano La Hora, o objetivo da CONAIE seria somar apoio popular e de organizações para um eventual levantamento indígena.


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