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Date: Mon, 25 Mar 2002
MST::::::::> note on ocupation in farmer of president Cardoso (pt)

  1. 1.Na região de Buritis há muitas famílias assentadas, e nos últimos dois anos, participaram de várias mobilizações e negociações, apresentando suas reivindicações de recursos para produção, casas e viabilização do assentamento. Sempre o governo prometia que ia resolver. O Pessoal se desmobilizava e depois que a imprensa saía, o governo não cumpria nada. O Ministro mente o tempo inteiro. Chegou a dizer que essas famílias já teriam recebido 23 mil reais cada uma. Basta pedir o cadastro deles no pronaf e no Incra para saber quanto cada família de fato recebeu.
     
    Diante desse desespero, estavam há dois dias negociando novamente com o Incra. Mas como nada se decidia, tomaram a decisão por conta e risco. E foram com caminhões e ônibus, de dia, para a fazenda dos filhos do Presidente, como forma de pressionar.
     
    Chegando lá, como não havia ninguém, acabaram entrando na fazenda e na casa.
     
  2. 2. Reconhecemos que a ocupação pode ter sido uma atitude precipitada. Mas entendemos o sentimento dos trabalhadores de se sentirem enganados e ludibriados pelas mentiras do Ministro Raul Jungmann há tantos anos.
     
    O pedido de demissão da Sra. Maria de Oliveira e do Desembargador Gercino da Silva, ouvidor agrário, é a prova de como o governo mente, que até eles, apesar de serem os assessores diretos do Ministro se sentiram traídos. Esse gesto reafirma a dignidade dos funcionários públicos, que preferiram ficar com a verdade e com os trabalhadores.
     
  3. O governo tentou jogar a culpa na campanha eleitoral, nos partidos políticos e no Governo Itamar Franco. Isso é apenas querer esconder sua incompetência e sua desonestidade no trato dos problemas sociais, e buscar culpados fora do governo. Que legitimidade teria o Ministro Raul Jungmann de falar em clima eleitoral, se ele mesmo é pretenso candidato a presidente ?
     
  4. O Ministro Aloisio Nunes alega que crimes devem ser combatidos pela Policia Federal.
     
    Acontece que realizar pressões e mobilizações com intuito de denúncia e chamar atenção da opinião pública não é crime.
     
    Tampouco a fazenda é símbolo nacional e sequer de propriedade do Presidente e sim dos seus filhos em sociedade com Juvelino Mineiro. Será que todos os locais freqüentados pelo Presidente são símbolos nacionais?
     
    Se esse governo está preocupado em combater os crimes, poderia explicar ao povo, como está o combate aos crimes de colarinho branco; aos de uso dos aviões da FAB para a ir a praia pelo Ministro Jumgnann, pelo procurador geral da república; aos crimes de corrupção; de escuta telefônica; de arrecadação ilegal de dinheiro para campanhas.
     
  5. Ninguém tinha conhecimento prévio da mobilização, que foi fruto da extrema pobreza e do desespero dos trabalhadores da região de Buritis, vítimas de mentiras constantes do Governo.
     
  6. O povo brasileiro sabe que se trata de um problema social. E problema social não se resolve com Polícia Federal, o Exército e Aeronáutica.
     
    O que os trabalhadores da região de Buritis querem é recursos para tocar a produção em seus assentamentos; querem assentamento das 80 famílias que ainda estão acampadas. É pedir demais? Que tal se o BNDES em vez de socorrer empresas de comunicação e outras privatizações ajudasse os pobres a sair da miséria?
     
    Os trabalhadores de Buritis são também vítimas de uma política mais geral do governo, que está acabando com a agricultura familiar, (920 mil pequenas propriedades com menos de cem hectares desapareceram nesses últimos anos) inviabilizando os assentamentos e paralisando a Reforma Agrária nos últimos anos. O orçamento para a Reforma Agrária em 1997 foi de aproximadamente de 2,7 bilhões de reais, enquanto em 2001 foi de apenas um bilhão. Até mesmo funcionários do INCRA podem testemunhar o abandono da política de reforma agraria por parte do governo.
     
  7. A atual política econômica e agrária tem gerado mais desemprego, pobreza e desencanto entre os trabalhadores.
     
    Acreditamos que o povo brasileiro entenda a atitude dos trabalhadores e consiga discernir as verdades e as mentiras desse governo.

Reforma Agrária Por um Brasil Sem Latifúndio!
Pela direção do MST da região do DF e Entorno.

João Paulo Rodrigues Brasília, 25 de março de 2002

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               democracia direta, cooperativismo & ecologia

                                ..."ANTIBID"...
ANTIBID ::::: Fortaleza, CE, Brasil, marco de 2002: Um banco, um inimigo!!!
Se informe no sitio www.riseup.net/antibid.
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